Senta que este post é loongo.
Bem, pra começar, venho contar que entrei em féria oficialmente hoje, depois de entregar as pastas com os trabalhos do semestre – terceiro semestre já (o tempo realmente voa!). É incrível como a gente olha os trabalhos mais antigos e vê um progresso considerável, muito bom isso.
Mas, apesar de estar em férias do curso de Design de Interiores, tenho três trabalhos em andamento, que vão consumir boa parte do meu tempo, porém ainda pretendo aproveitar este período mais tranqüilo pra botar a casa em ordem.
Como os últimos tempos foram de muita correria, os armários, minha mesa de trabalho e tudo o mais está precisando de uma organização. Daí, me lembrei de um livro fantástico que li no final do ano passado e que ainda não tinha mostrado a vocês – Terapia do Apartamento. Este livro foi escrito pelo mesmo autor do excelente blog apartamenttherapy, do qual sou fã e lê-lo me abriu os olhos pra muitas coisas sobre minha casa e as casas que conheço por aí.
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O autor fala da importância de prestarmos atenção às nossas casas, aos problemas que elas apresentam e às soluções, geralmente bem simples, mas de grande efeito. O livro propõe mudar a casa em oito semanas e prova que é possível. Ele fala sobre “curas”, pois mostra que de uma certa forma nossas casas também ficam doentes, pelo abandono, pelo acúmulo de coisas sem função, pela sujeira, pelo descaso e que precisamos promover as curas, senão ficamos doentes também – desanimados e sem vontade de voltar pra casa ao final do dia.
Confesso que nunca me senti assim, adoro voltar pra casa, acho que meu lar é o melhor lugar do mundo e tem que ser assim, pois aqui moram as pessoas mais importantes pra mim, minha família e eu mesma!
Mas, por conta da correria dos últimos meses, quero colocar em prática algumas terapias que ele ensina, uma delas é a Área de descarte – Após separarmos o que deve ir pro lixo ou doação, é preciso reservar um lugar da casa onde durante o período de cura da casa, devemos deixar objetos, roupas, sapatos, brinquedos, eletrodomésticos, livros, revistas que não têm uma função definida, mas dos quais não conseguimos nos livrar. Se depois de botar a casa em ordem, ainda sentirmos necessidade deles, eles voltam ao seu lugar de origem, senão devem ir pra doação ou pro lixo. Já parou pra pensar em quantas coisas temos em casa que nem sabemos pra que servem? Eu tenho montes e quero resolver isso.
Outra coisa interessante é que devemos entrar em cada ambiente da casa, listando tudo aquilo que é problema, desde a lâmpada queimada ou a porta rangendo até a rachadura da parede ou o piso soltando. Ou seja, tanto os pequenos quanto os grandes problemas da casa, têm importância. Uma amiga que leu o livro, disse que sente que, por causa destas pequenas coisinhas que vão ficando pra trás, a casa dela está “morrendo”,olha que triste.
Pois, ao fazer estas listas, o autor pede que também anotemos, o que podemos fazer de imediato e o que requer mais tempo e dinheiro e, de tempos em tempos, devemos rever a lista pra, ao final, estar com a casa nos trinques.
Na vida realEu tenho a impressão de que minhas listas serão grandes, mas que muitas coisas eu e marido poderemos fazer tranquilamente. E, agora saindo um pouco do livro, percebo que em muitas casas, as coisas são assim, as pessoas vão deixando de cuidar e elas vão ficando problemáticas, desagradáveis, tristes.
Há um tempo, visitei a casa de uma família de padrão mediano e que tinha nas paredes a pintura original da construção de mais de 20 anos, é claro que estava em péssimo estado, não há tinta que resista a todo este tempo, descascada em alguns lugares, encardida em outros, um horror. Daí, que uma lata de tinta branca de 18 litros de boa qualidade, custa em média 150 reais e naquele caso, pintaria as paredes de, pelo menos, dois ambientes. Com algumas bisnagas, que custam menos de 3 reais, seria possível colorir e dar vida às paredes.
Mas, não era só, nenhuma janela da casa tinha cortinas e eu fiquei pensando que não era possível que em 20 anos, aquela família nunca pensou em aproveitar uma promoção das Pernambucanas e comprar uma cortina por 50 reais.
Também não havia uma flor sequer e, olha que uma vasinho de violetas estava no Carrefour por 1,59 no final de semana, um cachepô de alumínio colorido custa por aí menos de 5 reais. E as lojas de 1,99 não me deixam mentir quando digo que é possível decorar a casa com bem pouco dinheiro. E esta casa que visitei era de uma família normal, sem grandes problemas, com os filhos empregados, enfim, nada que justificasse o pouco interesse com o lar.
Pode parecer intromissão minha, mas eu reparo nas casas sim e fico curiosa com este descaso que vejo em algumas casas, que são minoria, é verdade, mas que me deixam intrigada.
Às vezes, até penso que eu e marido somos meio obcecados com nossa casa, estamos sempre reformando, inventando, mexendo e fuçando pra deixar a casa mais bacana. Não precisa ser assim, mas um pouco de boa vontade e de espírito de “mãos à obra” não fazem mal a ninguém.
Bem, eu avisei que o post seria longo, mas fazia tempo que queria falar sobre isso e estava engasgando na garganta, agora passou!
Por falar em mexer, nos próximos posts, vou mostrar as transformações que fizemos no quarto da minha filha, Luíza. Até papel de parede (aquele que eu mostrei num post anterior), nós colocamos. Ficou lindo e foi tudo feito com reaproveitamento.
Aguardem!
Ah, o livro é bem baratinho e vale a pena – Terapia do Apartamento – Maxwell Gillingham –Ryan, editora Pensamento. Paguei 27 reais por ele. Vou relê-lo nas férias.
Ah, e o autor falou outra coisa legal – que a casa não deve ser só o lugar pra descansarmos, comermos, etc, deve também ser um lugar pra festejarmos, que é preciso chamar os amigos pra jantar, fazer festinhas, enfim, mostrar nossa casa, adorei esta parte.